sexta-feira, 10 de junho de 2011

Romário desafia Teixeira e se torna o principal fiscalizador da Copa do Mundo de 2014

Ex-atacante tem acompanhado de perto as obras para o Mundial no Brasil
Gustavo Alves, do R7
 
Brizza Cavalcante/Agência CâmaraBrizza Cavalcante/Agência Câmara
Romário entrou na política por causa da filha, Ivy
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Romário resolveu entrar na política por causa de sua filha caçula, Ivy, portadora da síndrome de Down. O maior objetivo do novo Deputado Federal era lutar contra o preconceito com a doença, que é, na verdade, uma alteração genética. Mas quando viu na Câmara dos Deputados, em Brasília, uma porta de entrada para ficar por dentro dos assuntos relativos à Copa do Mundo de 2014, o baixinho mudou o foco. Documentário denuncia Ricardo Teixeira por corrupção 
Em fevereiro, foi indicado para o cargo de vice-presidente da Comissão de Turismo e Desporto. Prometeu que acompanharia de perto as obras dos estádios das 12 cidades-sede do Mundial e pediria explicações sobre cronogramas e orçamentos. Nos primeiros três meses de trabalho na pasta, cumpriu a palavra.
Junto com outros parlamentares da Comissão, o ex-atacante já visitou quatro cidades-sede: Manaus, Recife, Curitiba e Belo Horizonte. Ficou impressionado com a capital mineira, que ainda disputa a abertura da Copa com São Paulo. Fez discursos e tirou fotos por onde passou. Segundo pessoas próximas ao deputado, ele sabe que chama a atenção e quer usar esse interesse da imprensa para divulgar tudo o que vê na preparação para o Mundial.
Mas foi pelo Twitter que o baixinho fez a primeira grande crítica aos organizadores do evento. Em mensagens publicadas na quarta-feira (8), Romário expôs o cálculo totalmente errado que a CBF fez em 2007, quando o Brasil foi escolhido para sediar o evento, e mostrou um dado preocupante: o orçamento para os estádios já triplicou.
“Galera, só para vocês terem noção do que está acontecendo com os estádios da Copa. Vou listar em tópicos.”
“Quando foi feita a proposta a FIFA em 2007, a CBF e o Gov Fed [Governo Federal] previam gasto de R$ 2 bi. Na época, este valor contemplava dezoito sedes.”
“Em janeiro de 2011, o Min. do Esporte apresentou previsão de R$5,6 bi para 11 sedes. Sem o custo do Itaquerão (SP).”
“Em junho, a previsão de gastos já chega a cerca de R$ 7 bilhões. Ou seja, somente o custo dos estádios, já triplicou. De olho neles.”
O convite a Ricardo Teixeira
Em meio à fiscalização das obras da Copa, Romário ainda arrumou tempo para investigar Ricardo Teixeira. Apesar das acusações feitas contra o dirigente (de corrupção e de pedir propina para apoiar a candidatura da Inglaterra para sediar a Copa de 2018), o presidente da CBF acabou inocentado pela Fifa, mas não se explicou publicamente.

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Romário, então, fez um convite ao cartola. Sugeriu que Teixeira fosse à Câmara dos Deputados para esclarecer as denúncias de corrupção. O ex-atacante fez o convite durante sessão da Comissão de Turismo e Desporto, mas fez questão de dizer que não tem problema pessoal com o todo-poderoso do futebol brasileiro. - Nada tenho contra o presidente da CBF. Tenho até uma boa relação, não de amigo, mas uma boa relação. Mas a cada dia surgem novas acusações e acho pertinente a presença dele aqui para responder algumas questões. A última coisa que o país precisa é mais escândalos de corrupção para interferir no processo de andamento das obras e qualificação profissional que esses grandes eventos esportivos exigem de um país-sede.
Sem reposta da CBF
Apesar de Teixeira não ser obrigado a aceitar o convite, a recusa “suja”, de certa maneira, a imagem dele entre os políticos em Brasília. O R7 apurou que o cartola ainda não respondeu à “convocação” e preferiu ignorar o pedido de Romário.
Coincidência ou não, depois do convite e de tudo o que Romário tem feito na fiscalização da Copa do Mundo, Teixeira aproveitou a festa da despedida do atacante Ronaldo da seleção, na segunda-feira (6), para alfinetar o Baixinho. No discurso que fez antes de presentear o Fenômeno com um relógio da CBF, o presidente disse que o atacante “foi o melhor jogador que passou pela seleção” durante a gestão dele, que dura 22 anos, desde 1989.
Do R7 Esportes

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